Com fila para meninas, ginástica artística tem vaga de sobra para meninos em Campo Grande

Minoria na ginástica, meninos trabalham duro nos treinos e ainda enfrentam estigmas da modalidade

Aug 25, 2024 - 14:59
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Com fila para meninas, ginástica artística tem vaga de sobra para meninos em Campo Grande
Meninos fazem seis aparelhos na modalidade (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

Com treino muito mais puxado e intenso do que as meninas, a ginástica artística para meninos ainda é muito pouco disseminada e praticada em Campo Grande, mesmo com a visibilidade dada à modalidade nas Olimpíadas de Paris 2024.

Enquanto as meninas formam fila de espera em Centro de Formação de Atleta da Capital – o único que oferece treinamento gratuito – os meninos ainda têm muitas vagas abertas. O Cefat Rose Rocha atende 310 ginastas na categoria feminina, mas apenas 58 na masculina.

Para a coordenadora pedagógica do local, Eliane Nagano, essa disparidade nos números é reflexo da desinformação e do preconceito. “As pessoas não conhecem a fundo a ginástica masculina. É um pouco de preconceito também. Os meninos aqui, para fazer ginástica, eles fazem 6 aparelhos. Eu brinco se eu fosse menino, talvez eu não faria ginástica. Porque o feminino são quatro e os meninos são seis”, diz a gestora ao Jornal Midiamax.

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Ginástica masculina também tem grandes nomes (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)
Trabalho árduo
Na ginástica masculina, os meninos trabalham vários grupos musculares e, por isso, ficam com o corpo definido, além de desenvolverem aptidões físicas que ajudam em outros esportes. O Luke Tobaru Nagano é filho de Elaine e treina há mais de 7 anos.


“Eu tenho certeza que a ginástica ajuda muito no desenvolvimento dele, em geral, na escola, em outras modalidades também que ele participa. Ele sempre se destaca devido a essas qualidades físicas que a ginástica proporciona”, opina Elaine.

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Luke treina há mais de 7 anos (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)
Antes de entrar na ginástica artística, Luke gostava de fazer estrelinhas e despertou a atenção da mãe, que é uma das primeiras ginastas de Mato Grosso do Sul. “Eu comecei a me acostumar com treino. Aí dois meses depois eu comecei na equipe e depois de 7 anos estou aqui”, conta.

Agora o Luke tem 11 anos e sonha em integrar a seleção olímpica. “Pretendo muito continuar no esporte. Até chegar na seleção, disputar um campeonato como as olimpíadas, um mundial e um pan-americano”, diz o atleta ao Jornal Midiamax.

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Ginástica masculina ainda enfrenta estigmas (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)
Estigma na ginástica masculina
Enquanto as meninas se inspiram na medalhista olímpica Rebeca Andrade e Jade Barbosa, entre os grandes nomes da ginástica artística masculina estão Diego Hypólito, Arthur Zanetti e Arthur Nory – todos também medalhistas em Jogos Olímpicos.

Apesar do estigma enfrentado na modalidade, Luke pretende continuar na ginástica. “Tem muita gente que foi atleta nosso, mas agora está trabalhando [em outras áreas] porque não pôde continuar e eu não quero trabalhar e sim continuar no esporte muito feliz aqui”, afirma.

Sobre o preconceito ainda enfrentado na ginástica masculina, Elaine afirma que o filho já não se importa mais com críticas. “A gente sempre tem a conversa de que é o que ele gosta de fazer e acho que isso é o mais importante”, finaliza.

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