Para debater fogo no Pantanal, encontro reuniu moradores da região de Rio Negro, produtores rurais e entidades
A partir do encontro, espera-se estabelecer um conjunto de ações contra grandes incêndios na região
Grupo se reuniu nesta quinta-feira (10) para estabelecer um conjunto de ações contra grandes incêndios na região do Pantanal de Rio Negro. O encontro aconteceu na BEP (Base de Estudos do Pantanal), localizada na região do Passo do Lontra, município de Corumbá, a cerca de 320 km de Campo Grande.
Essa é a primeira reunião de apresentação e planejamento do PMIF (Plano de Manejo Integrado do Fogo do projeto Consolidação do PEPRN (Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro).
A partir do encontro, espera-se estabelecer um conjunto de ações contra grandes incêndios na região que sejam de comum acordo entre gestores das unidades de conservação e moradores locais que estão em volta do parque estadual.
O encontro teve a participação de moradores do entorno do PEPRN, representantes do Prevfogo/Ibama, de produtores rurais, Exército, Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros e PMA (Polícia Militar Ambiental), além de outros projetos e iniciativas.
Também estiveram presentes representantes do PELD (Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração) NEFAU (Núcleo de Estudos do Fogo em Áreas Úmidas), da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Sobre o parque
Aceiros construídos pelo PELD NEFAU em junho deste ano no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (Foto: João Batista).
O Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro abrange os municípios de Aquidauana e Corumbá, abrigando diversos animais e plantas ameaçadas de extinção. Por isso ele é fundamental para garantir os processos ecológicos necessários à continuidade e à manutenção da vida no Pantanal.
Maior unidade de conservação de proteção integral de Mato Grosso do Sul, o parque concentra no seu entorno áreas com a maior incidência de fogo no Pantanal nos últimos 20 anos.
Para Geraldo Damasceno, coordenador do PELD NEFAU, a criação do plano de manejo integrado do fogo é uma das principais ações preventivas contra os incêndios no parque.
“Queremos fazer o que chamamos de pirodiversidade, ou seja, usar o fogo a favor do ambiente e das espécies, por meio de queimas prescritas e controladas, feitas dentro de ações integradas e previstas em plano de manejo integrado do fogo”, afirma.
Manejo Integrado do Fogo
O MIF (Manejo Integrado do Fogo) é uma abordagem que trata o fogo como um fator ecológico e ferramenta de manejo da vegetação, e não mais como algo a ser totalmente combatido.
Para isso, busca integrar aspectos e interesses sociais, econômicos e culturais da necessidade do uso do fogo com aspectos ecológicos. Ou seja, é uma tentativa de unir sustentabilidade social com conservação ambiental.
Essa integração consiste no conhecimento ancestral de povos indígenas, populações tradicionais, pesquisas científicas e instituições governamentais e não governamentais.
O PMIF prevê o mapeamento dos locais mais passíveis de pegarem fogo no parque e a criação de um cronograma com áreas prioritárias a receberem queima prescrita.
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